No sábado, 20 de junho, 35 irmãs participaram de uma videoconferência na segunda parte da reunião de Conversas online teresianas: “Tecemos juntas o futuro”.
Como partilhámos no mês passado, o primeiro encontro centrou-se mais nas experiências e aprendizagens realizadas durante esse período de confinamento. Agora, as nossas conversas giraram à volta do futuro que, embora incerto, gostaríamos que respondesse às aprendizagens e às experiências que foram despertando em nós.
Começámos partilhando em pequenos grupos as ressonâncias de um artigo de Carlos Candel: “Não quero voltar ao normal”. Foi uma partilha enriquecedora, na qual cada uma exprimiu a que “normalidade” não quer voltar. A seguir partilhámos as ressonâncias no grande grupo e houve algumas coincidências: não queremos voltar a ritmos que nos fazem viver de maneira inconsciente; não às necessidades criadas que nos colocam na roda do consumismo; não à desconexão interna, vivendo focado nos nossos planos, no nosso conforto, nós … não favorecer estilos de vida que deixam muitas pessoas “na sarjeta”, não continuar a devastar o planeta e sim viver de maneira mais equilibrada, com gratidão e gratuidade; sim às críticas que nos ajudam a questionar e nos convidam a construir; sim à criatividade, à capacidade de nos reinventar no cuidado das pessoas e da terra; sim à escuta atenta da realidade.
Depois desta partilha tão rica, de um tempo para reflexão pessoal em que fomos convidadas a questionar-nos e a concretizar: Que palavra, que atitudes, que ações podemos oferecer com a experiência vivida para encarar esta nova etapa? Como colaborar para restabelecer sentido, confiança, esperança, tecido social…?
E um convite: como é que encaro o meu verão para vivê-lo com sentido? Incluo mais alguma coisa do que apenas fazer os exercícios espirituais e passar alguns dias com minha família?
Mais uma vez, a experiência partilhada deu-nos luz e ofereceu-nos pistas para podermos concretizar. É no aqui e no agora onde somos convidadas a que nos ponhamos em jogo e encontremos respostas possíveis. O futuro é e será cada vez mais incerto. Queremos acolher estas aprendizagens, abrir-nos à escuta da realidade, à experiência e vivência de outros e ajudar-nos mutuamente para pôr todo o nosso caudal ao serviço de outro mundo possível.
Agradecemos o encontro porque, embora nesta altura do ano nos sintamos cansadas e às vezes nos dê preguiça para mais uma reunião, coincidimos em que este partilhar nos ajuda e merece a pena o esforço. Desejamos continuar com estas conversas online e acolher nelas o convite de Teresa de Jesus: “Este acordo quereria que fizéssemos… procurássemos juntar-nos alguma vez para desenganar-nos e dizer em que poderíamos emendar-nos e contentar mais a Deus.” (V.16, 7)
Encerrámos o nosso encontro unindo-nos em oração: Faz-nos fortes para realizar as mudanças necessárias em busca do bem comum. Que possamos sentir, hoje mais do que nunca, que estamos todos interconectados nos nossos esforços para aliviar o clamor da terra e o clamor dos pobres.