“O Senhor te abençoe e te guarde, reflita o Seu rosto sobre ti e te conceda a Sua graça. O Senhor se fixe em ti e te conceda a Paz”.
Quando Valeriana recebia esta bênção que lhe oferecia a sua irmã Natividade todas as noites, iluminava-se-lhe o rosto e mostrava que sim, que verdadeiramente o Senhor lhe estava dando a Sua Paz, abundantemente. Nos últimos meses da sua doença não podia falar nada, mas os seus olhos mostravam que escutava, que estava atenta, e que aceitava o momento presente tal como era. Valeriana tinha uma experiência grande do amor de Deus e estava muito segura d’Ele.
Nasceu em 1933 em Villamuñío, uma aldeiazinha da província de León, numa família muito piedosa que poderia ajustar-se perfeitamente ao apelativo de “igreja doméstica”. A vivência da fé e as boas obras iam muito unidas naquele lar em que Valeriana era a mais nova de seis irmãos e podia aprender muito deles. Quatro foram religiosos: duas teresianas e dois de Cister, além de outros religiosos familiares próximos que exerciam uma boa e santa influência na sua formação.
Começou o seu Noviciado em 1955 e, depois de fazer os primeiros votos, iniciou a sua etapa como professora em Huelva. Viveu também nas comunidades de Dueñas, Madrid- Goya, Jesus Maestro e Casa Provincial, Federico Grases, Mora, Ciudad Rodrigo, Oviedo. Cruzou o oceano e esteve em Manágua dois anos. Esteve por duas vezes nalgumas casas de Espanha. Terminou em Salamanca os seus anos de docência e, mesmo depois de deixar as aulas, continuava oferecendo apoio no colégio até que as suas forças lho permitiram. Participava também na paróquia, na catequese de infância, em grupos de oração e animação das Eucaristias dominicais.
Valeriana foi uma irmã muito apostólica, professora dedicada e próximas das pessoas que Deus pôs no seu caminho. Sempre alegre, bondosa, muito serviçal e agradecida. Como nome de Companhia escolheu “do Coração de Maria” e parece que a sua vida honrou o nome, porque o seu coração era terno, carinhoso e próximo.
A doença de Parkinson foi debilitando as suas forças e fez que chegasse a depender totalmente das outras, e por isso foi para a Residência-enfermaria de Ávila em 2017. Apesar de quase não poder mover-se, quando alguém se aproximava dela, oferecia-lhe um beijo que deixava entrever que o amor de Deus continuava a enchê-la
Recebeu o abraço do Pai no dia 30 de março de 2020. Já há uma semana que estava acamada, muito débil e exausta, e o Senhor levou-a a gozar d’Ele deixando-nos também a consolação e o agradecimento por ter vivido com uma irmã tão boa.