Irmã Matilde Matheu. 10 de abril de 2020 (Barcelona-Casa Madre)

Identificar-se com Jesus foi o objetivo que a nossa Irmã Matilde seguiu ao longo da sua vida. Ela, que tinha tornado seu, o “Juntos andemos, Senhor”, tão teresiano, e que ao longo da sua vida se sentira conduzida e acompanhada por Ele, terminou dizendo com Jesus: Nas tuas mãos encomendo o meu espírito”, numa Sexta-Feira Santa pelas 4 da tarde, depois de um tempo de Paixão no qual ia aceitando a sua fragilidade corporal e preparando-se para o encontro definitivo com o Pai.

Nasceu num 27 de janeiro e em Tortosa, fazia já 92 anos. Tinha que ser Teresiana! Contava-nos ela que a sua mãe pedia muito à Virgem que os seus filhos fossem piedosos, e quando ela lhe falou da sua vocação religiosa, a sua mãe foi junto de Maria a dizer-lhe: “mas não tanto”. E entrou no Noviciado em 1952. Depois da sua Profissão chegou a Barcelona, Casa Madre, que foi a sua casa desde que entrou na vida religiosa até ao momento da sua morte, de um modo intermitente, já que Matilde, depois de estudar Belas Artes em Barcelona, foi professora de desenho e ecónoma ali e em Tarragona, Tortosa, S. Sebastião, Pamplona, Valência e Roma.

A sua sensibilidade de artista manifestava-se nas suas pinturas a óleo: temos quadros que nos recordam “como ela prendia a beleza de Deus no seu coração.” A profundidade da sua vida interior e a ternura para quem a rodeava não sabia expressá-la em palavras – falava pouco, dizia ela que isso era de nascimento- mas com pormenores de delicadeza, de cuidado, de interesse por todas, mas sobretudo por aquelas que sentia que eram mais débeis e necessitavam mais.

A sua família tinha em Tortosa uma pastelaria com doces muito bons e Matilde, além de gulosa, era boa pasteleira e ensinou várias irmãs a sê-lo. Quando já não estava em condições de alegrar a comunidade com doces, trazia-lhos o seu irmão, que lhos preparava pessoalmente com muitíssimo carinho.

Assim a recordamos: piedosa e dedicada, silenciosa e atenta aos pormenores, engraçada com uma frescura graciosa e capaz de aceitar qualquer brincadeira, sensível e amável; o seu temperamento forte, com os anos, foi tornando-se doce. E assim a recordam também as que foram as suas alunas e as que foram professoras do Colégio quando ela era a ecónoma do mesmo. Deixou-nos um grande vazio, mas a fé dá-nos a certeza de que partiu numa Sexta-Feira Santa para celebrar a Páscoa da Ressurreição com Jesus. A Virgem da Cinta terá saído ao seu encontro para atá-la definitivamente ao seu Filho no seio da Trindade.

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