Irmã Alfonsa Carreto. 18 de maio de 2020. (Oviedo-Residência)

Nestes tempos de confinamento e pandemia há notícias desconcertam e que exigem um ajuste de muitas abordagens da própria vida.  Isto sucedeu com Alfonsa. Depois de bastantes anos em Valladolid recebeu a mudança para a comunidade de Oviedo, onde não chegou a estar nem nove meses. Foi uma mudança grande, mas soube recebê-la e buscar como adaptar-se e poder ajudar. Quando já levava uns meses, começou a sentir-se mal; depois de várias visitas, chamaram-na no mês de março porque tinha que ser internada, em pleno tempo duro, no qual não se permitem visitas nem pessoas para a acompanhar. Assim Alfonsa, como muitas outras pessoas, recebeu sozinha o seu diagnóstico.

Regressou a casa serena, sorridente e com vontade de lutar. A cabeça lúcida, mas o corpo debilitando-se pouco a pouco; apesar disso, procurava não nos preocupar, nem a nós nem à sua família, que não a podia visitar.

Preparou-se e pacificou o seu coração.  Pôde receber, depois de vários pedidos , a visita de uma sobrinha, e a partir desse momento soube que tinha que se ir entregando. Não foram horas fáceis, e graças a Deus, teve a ajuda dos médicos e a companhia das irmãs.

Quem era Alfonsa? Além da nossa experiência com ela queremos juntar a de pessoas próximas ou também a de sua comunidade anterior, Valladolid-Residência onde passou doze anos:

Uma mulher sacrificada, caritativa, sempre pensando nos outros. Falava sempre bem das Irmãs. Nunca tinha tempo para ela.

Uma pessoa muito querida pela comunidade educativa e, sobretudo, pelas famílias de “madrugadores” serviço que realizou durante bastantes anos com carinho.

Como refeitoreira na comunidade era serviçal e estava atenta às necessidades das Irmãs.

Sempre amável com Irmãs, professores e famílias. Não se cansava de fazer o bem, em silêncio, sem fazer-se notar.

Também deixam o seu testemunho um grupo de professores de Valladolid:

Muito próxima e carinhosa, preocupando-se sempre por todos e por tudo. Sempre na sombra. Nunca uma má cara. Cheia de pormenores.

As crianças, mesmo que a sua família não necessitasse, pediam aos seus pais para irem mais cedo! Isso não é nada!

Como a queriam os meus filhos! As horas que passou com eles no grupo dos que vinham mais cedo!

Uma grande pessoa sempre bem-disposta e dando carinho a todos.

Estes meses em Oviedo tinha muito contacto com famílias e antigos alunos de Valladolid que se tornaram especialmente próximos ao saberem da sua doença.  Ela enquanto pôde respondeu às suas mensagens.  Só no fim, o esgotamento geral a impedia de responder a tanto carinho recebido.

Nasceu em Barruecopardo, província de Salamanca e foi cidadã do mundo: Tortosa, Barcelona, Valladolid, Roma, Salamanca, Sta. Cruz (Bolívia), Ciudad Rodrigo, Telde, Madrid e Oviedo foram as cidades, onde esteve. Nalgumas delas esteve mais de uma vez e em diferentes comunidades.

Nasceu na primavera e na primavera partiu, um dia de sol radiante, dia 18 de maio. Quando lhe perguntaram nas suas últimas horas: descemos a persiana?  – Não, – foi a sua resposta, – gosto da luz.  E gozou dela nos seus últimos dias, assim como a explosão floral desta época. Quis aproveitar o pouco tempo que lhe ficava e, à sua maneira procurou fazê-lo, com as forças que lhe restavam.

Descansa em paz, Alfonsa.

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