“Oh chama de amor viva, que ternamente feres […] acaba já se
queres; rompe a tela deste doce encontro”
“Que bem sei eu a Fonte que mana e corre, embora seja noite”
Hoje, 12 de outubro, dia de Nossa Senhora do Pilar, a nossa irmã Isabel já goza da Água dessa Fonte que mana e corre até à vida eterna, e se rasgou definitivamente a tela que impedia o abraço definitivamente do Pai. Junto a Maria, a Mãe, a São João da Cruz, do qual era assídua leitora e muito devota, goza já desse amor que ganhou com a morte e nela a vida resplandece para sempre.
A sua morte rápida e sem tempo para que os médicos pudessem fazer algo, surpreendeu-nos esta manhã. Embora estivesse muito delicada de saúde e víssemos como se ia deteriorando paulatinamente, nada fazia prever um desenlace tão rápido.
Nasceu em Hervás há 93 anos, uma linda terra na província de Cáceres.
Depois dos primeiros anos vividos em Tortosa e Barcelona-Diagonal, foi destinada a Pádua, onde fez os votos perpétuos.
Regressou a Espanha e esteve em Huelva, onde fez o curso de Educadora de Infância. Viveu depois em Mora, Dueñas, Valladolid, Ávila e em Salamanca desde o ano 2013. Depois de se aposentar seguiu trabalhando com empenho e dedicação noutras atividades na comunidade de Ávila e depois em Salamanca, na rouparia, sendo incansável e minuciosa nas tarefas que realizava.
Era serviçal, trabalhadora e boa comunicadora. Foi sempre fiel à amizade das pessoas com quem se tinha relacionado e atenta aos acontecimentos da sua família; com a única irmã que ainda está viva e com alguns sobrinhos, que os amava muito, tinha uma relação afetuosa e próxima. Sempre foi agradecida e generosa com quantos conviveram com ela.
Nesta sua última doença, custava-lhe aceitar as suas limitações, sobretudo a perda da visão de um olho provocada por uma queda, uns anos atrás, mas mostrava-se paciente e agradecida. Foi um duro caminho, mas a graça de Deus pôde mais que as suas resistências e, finalmente, acolheu com paz a sua grave situação deixando-se cuidar e, agradecendo a presença e o serviço que lhe prestavam. Assim chega Isabel à meta da sua vida “modelada pelo Senhor”, pacificada e agradecida.
Desejamos que esteja já a gozar da presença d’ Aquele a quem consagrou a sua vida muitos anos. Damos graças a Deus pelo dom da sua vida, da sua entrega na Companhia ao longo de 71 anos e pelo dom da fraternidade.