Mora, localizada num enclave privilegiado, no coração da terra de La Mancha, é um “mar de oliveiras”, como gostam de chamar às paisagens que podem ser alcançadas da colina da Ermida de La Virgem ou do Castelo de Peñas Negras, no horizonte, e protege seus habitantes. Não é em vão que o Azeite Virgem Extra é o seu produto mais representativo.
Da planície da vila cercam-na as suas ricas vinhas, que fazem as delícias das festas e as suas amendoeiras que adoçam a melhor seleção de amarguitos, pasta de amêndoa, maçapão local, torrão…
O religioso e o popular estão intimamente ligados nesta terra de homens lutadores e acolhedores, onde existe a vida que transmitem e com todo o que possuem.
Antes do início oficial do ano escolar, no início de setembro, a Romaria “Nuestra Señora de la Antigua” é uma explosão de presença com os filhos de Mora. Precedida da novena solene na igreja paroquial, culmina no último dia na colina elevada da sua ermida dedicada à Virgem.
Não só danças de todas as idades acontecem. Os morachos enfeitados para dançar e cantar das diversas irmandades, grupos, homenageiam a sua Virgem. No final do encontro, juntamente com as irmandades, grupos de ação social.… as irmãs teresianas, em nome do Colégio e da Comunidade, levamos a nossa oferenda de flores aos pés de Maria.
Depois de alguns dias de descanso, na noite do dia 14, a “pólvora”, como aqui chamam ao lançamento de fogo de artifício, anuncia o início de uma semana de festas em grande estilo. Procissão de Cristo, danças regionais com grupos de Alicante, Astúrias e como não de La Mancha. Teatro diário de diferentes companhias, passeio dramatizado pelo povo, “dianas” que de manhã cedo percorrem as ruas da vila com a sua Banda Municipal, cavalos, espetáculo equestre, dança de cavalos trazidos da Andaluzia, concerto… e iguarias a degustar e recriar, nos vários bares e bancas de praia, em redor da Câmara Municipal.
As Irmãs, em diferentes grupos, fazemo-nos presentes em quase todas as atividades programadas, danças regionais com grupos de Alicante, Astúrias e, claro, grupos famosos de morachos locais.
No dia 25, em peregrinação, desde a ermida, trazem a Virgem até à entrada do povo onde sai a recebê-la o Cristo da Vera Cruz que juntamente a Santa Ana acompanham a Maria, com as suas grandes orquestras, até à Igreja onde permanecerá todo o mês.
Não podemos deixar a arte mais significativa, presente, no coração do povo: o Colégio “das freiras”, das “Teresianas” como carinhosamente nos identificam, a Câmara Municipal de estilo neo-mudéjar, o óleo “Felipe Vegue” museu… e tantos outros, mais do que encantam quem vem visitar a sua riqueza cultural.
E finalmente a “Festa da Oliveira”, declarada de interesse turístico regional, no último domingo de abril, uma homenagem aos seus agricultores com os seus carros alegóricos e desfiles.
Até aqui, uma degustação em palavras, de uma festa que começa e continua. Se quiser descobrir as suas riquezas, é só vir e conferir. A porta está sempre aberta.