O que disse o cardeal Omella, em Fátima, na peregrinação internacional de 12 e 13 de Maio.
- Fátima, 12 maio de 2024 -Agência Ecclesia -Portugal.
O cardeal Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, disse hoje que traz a Fátima as preocupações com o “caminho sinodal”, lançado pelo Papa.
“Vim pedir à Virgem Maria, de forma especial, que nos ajude, a nós Igreja, a avançar no caminho sinodal, que nos custa a entender e a viver”, referiu aos jornalistas, na apresentação da peregrinação internacional de maio, a que preside.
O responsável, que integra o Conselho de Cardeais que aconselha Francisco, considerou que a proposta de “união e de comunhão” do Sínodo 2021-2024 “é um bem para a Igreja, é um bem para o mundo e um bem para a humanidade”.
“Caminhar juntos num mundo de divisão, de polarização, que a Igreja seja sinal de união e comunhão, é um bem para a Igreja”, insistiu.
Admitindo que “há muita resistência” ao Sínodo, o cardeal Omella sustentou que o caminho iniciado pelo Papa “não tem volta atrás”
“Ninguém o vai parar”, insistiu.
Questionado sobre o futuro deste processo, após a assembleia que vai decorrer em outubro, no Vaticano, D. Juan José Omella sublinhou que Francisco “tem vontade de continuar”.
“O Papa, como me parece que foi Leão XIII, [falecido aos 93 anos, em 1903], não coloca limites para a providência. Se [Deus] lhe dá anos, ele segue, porque tem uma grande vontade de continuar”, indicou.
O arcebispo de Barcelona admitiu que Francisco, com 87 anos de idade, “não está muito bem das pernas, mas a cabeça e o coração, parece-me que funcionam mais rápido”.
Segundo o cardeal Omella, o Papa mostra “vontade de continuar até ao ano 2033, que será o Jubileu da Redenção, quando celebramos os 2000 anos da Redenção de Jesus Cristo”.
Em dia de eleições catalãs, o responsável assumiu a necessidade de “caminhar com todos”, porque “é pastor de todas as ovelhas, as que pensam de uma maneira e as que pensam de outra”.
“Respeito sempre a opinião do povo”, acrescentou.
O responsável disse que aprendeu a “amar os catalães, que têm muitos valores, muitos valores”.
OC
- Fátima, 13 maio 2024 (Agência Ecclesia-Fátima -Portugal ) – O presidente das celebrações do 13 de maio, em Fátima, pediu hoje as orações dos peregrinos perante uma III Guerra Mundial “aos pedaços”, de que fala o Papa Francisco.
“Rezemos pela paz no mundo: na Ucrânia, Rússia, na Terra Santa, na África, na América, na Ásia, quantos países precisam e reclamam a paz”, disse o cardeal Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, na homilia da Missa conclusiva da peregrinação internacional aniversária.
Perante milhares de peregrinos reunidos na Cova da Iria, o responsável católico evocou os pedidos deixados nas Aparições de 1917, num contexto marcado pela I Guerra Mundial, sublinhando que se mantêm atuais.
“O que nos Nossa Senhora pede hoje é a paz no mundo, rezar pela paz. Quantos países estão em guerra, quantas famílias estão em guerra! Quantos corações estão divididos, em guerra. Peçamos a paz”, declarou.
O arcebispo de Barcelona acrescentou que essa oração pela paz exige ainda “o sacrifício”, vivido como “entrega de amor”.
- Juan José Omella falou de improviso e encurtou a homilia que tinha preparado, por causa da chuva que marcou a manhã, no Recinto de Oração.
“Ao começar a procissão, olhava para os ecrãs e via muita gente a chorar. Emocionei-me”, confessou.
A intervenção do Cardeal Omella sublinhou a importância da oração, na vida dos cristãos, pessoal e comunitariamente.
“Os cristãos não podem perder esse grande hábito, essa grande virtude da oração”, indicou o presidente da peregrinação.
O cardeal espanhol evocou a oração “mais simples”, a do terço, pedindo pelo mundo e pela “salvação de todos”.
A fé, acrescentou, é “transformadora da realidade” e convoca todos a ser “missionários” no mundo, como pede o processo sinodal lançado pelo Papa Francisco.
O responsável, que integra o Conselho de Cardeais, organismo consultivo criado neste pontificado, apelou à unidade na Igreja.
“Vivam unidos, viam a fraternidade. Uma Igreja dividida, uns contra os outros, que não [unida] está em volta do Papa, de Jesus Cristo, em volta de todos os irmãos, se não estamos unidos, capazes de nos ajudarmos e perdoarmos uns aos outros, não evangelizaremos”, referiu.
A homilia evocou a oração de São Francisco de Assis, manifestando a convicção de que “o mundo mudará” e pedindo que os cristãos sejam “testemunhas da esperança”.
A partir dessa fraternidade e comunhão, poderemos ser portadores de paz no meio do mundo. Senhor, faz-nos instrumentos de paz!”
A primeira grande peregrinação do ano tinha levado cerca de 250 mil pessoas à Cova da Iria, na última noite.
Os participantes foram convidados, esta manhã, a rezar pela paz no mundo, “especialmente pelas vítimas dos conflitos na Ucrânia, na Terra Santa e em tantos países do mundo”.
A oração universal evocou ainda o Jubileu 2025, evocando o “testemunho dos Santos Francisco e Jacinta Marto”, canonizados a 13 de maio de 2017, “na oração e na prática da caridade”.
Para esta peregrinação, o santuário recebeu a informação da presença de 186 grupos organizados de peregrinos, de 34 países.
A celebração assinala os 107 anos da primeira Aparição de Nossa Senhora a três Pastorinhos, em 1917, e o sétimo aniversário da canonização de dois desses videntes, Francisco e Jacinta Marto, pelo Papa Francisco.
A saudação ao doente foi proferida, no final da Missa, pela irmã Ângela de Fátima Coelho, vice-postuladora da causa de canonização da Irmã Lúcia.
“Aqui em Fátima, também Nossa Senhora indicou aos pastorinhos um olhar novo, um outro modo de viver a doença, para que o sofrimento não seja absurdo, mas possa ser expressão de uma vida confiada nas mãos de Deus, que é Pai”, disse.
Para esta tarde, pelas 18h00, está previsto um momento de veneração na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, onde estão sepultados São Francisco e Santa Jacinta, informa o Santuário nacional.
OC