Flora Puparel-li Rangel. 19 de maio de 2024 (Salamanca Residência)

Na manhã do dia de Pentecostes, dia 19 de maio, foi-se à casa do Pai a nossa irmã Flora da Santíssima Trindade Puparel-li, para descansar na sua paz e gozar eternamente do seu amor. Tinha 95 anos e 73 anos de vida religiosa na Companhia.

Nasceu em Saucelle, uma povoação da província de Salamanca hoje mais conhecida pela sua localização dentro do entorno natural de “Las Arribes del Duero”, do qual se sentia orgulhosa e recordava com frequência.

Entrou no Noviciado em 1950. Depois da primeira profissão, o seu primeiro Só Deus basta foi a Manágua onde fez parte da comunidade fundadora do colégio Teresiano dessa cidade, depois de breves passagens em Ciego de Ávila, Los Laureles e Madrid Jesus Maestro, foi destinada a Dueñas no ano 1965 e esteve aí até 2012, ano em que foi enviada para esta comunidade.

O povo de Dueñas, as suas gentes, o seu trabalho na sua “oficina de artesanato” foram para ela “a sua casa”, à qual, no meio da sua inconsciência, nos últimos anos “volvia” uma e outra vez.

De uma sensibilidade requintada para tudo, tinha “mãos de artista” trabalhando os esmaltes, o bordado, o estanho ou os primorosos bordados costurando à máquina, ficaram plasmadas em múltiplas obras com as mulheres de Dueñas e de outros lugares que iacodiam a ela para aprender. Levava também a comunhão a alguns doentes que não podiam deslocar-se à paróquia. Ali a recordavam com carinho e por telefone se comunicavam com ela com frequência.

Esteve ativo até que lhe falharam as forças e já nesta sua comunidade de Salamanca, até faz poucos anos, ainda nos deleitava com alguma das suas criações de esmaltes ou pinturas. Minuciosa e detalhista em seu trabalho, durante vários anos ajudou a irmã encarregada da sacristia e como desfrutava preparando as flores ou colocando o Nascimento ou o Monumento da Quinta-feira Santa com um gosto e delicadeza esquisitos!

Embora a sua deterioração física e cognitiva tenha vindo a aumentar desde há vários meses, e em todos os sentidos acusava falta de forças, nunca perdeu a gratidão por qualquer serviço que lhe fosse prestado, e suportava com paz a necessidade de depender totalmente da ajuda externa. A sua vida se apagou lentamente, deixando-nos uma grande serenidade.

Estas estrofes do belo poema que deixou como testamento J. L. Martín Descalzo, resumem bem as últimas horas de Flora:

E então viu a luz. A luz que entrava por todas as janelas da sua vida.

Viu que a dor precipitou a fuga e entendeu que a morte já não estava. [… Morrer] é uma fogueira fugitiva. Morrer já não é morrer. Morrer acaba É atravessar uma porta à deriva

e encontrar o que tanto se buscava. […]

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