Em tempo de quaresma, paixão e ressurreição, não faltam “imagens” de Cristo expostas em Igrejas, altares, nichos, ou em “Passos” das ruas da cidade.
Olho á minha volta, olho o mundo, olho os homens, as mulheres e as crianças e escuto S. Teresa de Ávila no seu livro, Caminho de Perfeição, 26,3.5: “Só peço que olheis para ELE”
Para onde queres que olhe Senhor?
E pergunto-me: Qual a tua verdadeira imagem, Senhor? Aquela que devo adorar, beijar e amar? E, cá dentro no coração, uma voz, suave, sussurra: Vê a Minha imagem de Jesus, o Galileu, que calcorreou caminhos, que sujou os pés, pelas sendas da Palestina, que experimentou fracassos ao tentar um mundo novo.
Vê a Minha imagem, escondida na Minha Palavra que. ainda hoje, comove as consciências e modifique os pensamentos. Vê, para além dessas “imagens” esculpidas em madeira, em bronze ou marfim… encerradas nas igrejas, nas capelas e nos conventos, ou, apenas, nas casas das famílias a presidir às orações…
Essas “imagens” hão – de servir-te para ver mais além, desinquietar o teu coração, e fazer-te “sair” à procura da minha IMAGEM viva, de carne e osso,onde Eu hoje vivo, morro e ressuscito.
A minha verdadeira IMAGEM vagueia pelas ruas e faz-se presença nas mulheres maltratadas, nas crianças sem família e nos jovens marginalizados.
A minha IMAGEM está nos centros de acolhimento onde vivem os idosos, crianças especiais e os jovens vulneráveis.
Busca -ME nos hospitais, na solidão dos doentes, nas pessoas sem emprego, entre pessoas sem teto… Busca -ME no homem sofrendo marginalizado e sem abrigo, no faminto e excluído, no imigrante e refugiado, nas vítimas, das formas contemporâneas, de escravatura e de tortura e em todas as pessoas com a dignidade em risco.
Se não puderes fazer mais, não passes adiante, balbucia uma prece, oferece um sorriso, um olhar terno, próximo e cheio de compaixão
A minha IMAGEM és tu, ele, nós… Quando, vazia de egoísmos, transpareces o AMOR e a PAZ que EU vim trazer à terra.
E por tudo o que fizeres um dia ouvirás: “FOI A MIM” (Mateus 25)
Maria de Fátima Magalhães stj