Irmã Mª Teresa Calvo López. 14 de dezembro de 2018 (Ávila – Residência)

“Passou fazendo o bem, discreta e silenciosamente”, dizia uma irmã que tinha vivido com Teresa Calvo já há muitos anos. É um resumo muito breve de uma vida muito longa, mas exprime muito do que se captava no fazer e no estar da nossa irmã.

Teresa Calvo nasceu em Madrid, no dia 15 de março de 1920. Foi filha única. Entrou na Companhia, em Tortosa, no dia 23 de junho de 1944, e professou no dia 2 de janeiro de 1947. A sua primeira mudança foi para Valladolid, onde esteve treze anos, dando aulas no colégio, e onde fez os votos perpétuos. Depois esteve em Madrid, nas comunidades de Jesus Maestro, Puebla e Goya. E em duas ocasiões pertenceu à comunidade de Mora de Toledo, onde também esteve vários anos.

Algo que caraterizou sempre a nossa irmã Teresa foi a sua retidão, seriedade e responsabilidade no trabalho educativo. Como dizem algumas das que foram suas alunas, não gostava das coisas feitas a meias e tolerava mal as faltas de disciplina e de ordem; mas, também dizem que era bondosa, amável e muito respeitosa no trato com todos. Exigente com ela própria, chegou a ser meticulosa no cumprimento do dever. Na comunidade, destacava-se pela sua disponibilidade para qualquer serviço e pela sua ajuda desinteressada para qualquer substituição, desde a portaria à vigilância de recreios e dormitórios dos internatos. Estava sempre disposta a ajudar e a tirar trabalho às outras. Na última etapa de Mora de Toledo já não tinha aulas, mas tinha a responsabilidade da secretaria do colégio com a organização e perfeição que a caraterizavam. No ano 2000 foi destinada a Madrid, Federico Grases, à comunidade de irmãs idosas.

As irmãs que vivemos com ela em Ávila Residência, para onde tinha sido destinada em 2017 conhecemos umas facetas de Teresa muito diferentes. Quando chegou à comunidade, com os seus 97 anos, estava já na cadeira de rodas, muito limitada e com dificuldade para recordar, exprimir-se e manter uma conversa seguida, mas as suas respostas às nossas perguntas eram interessantes, simpáticas e notávamos que gostava de todos os momentos comunitários, cantando e rindo com as graças do momento.

Com a falta de memória, apagou-se-lhe do rosto a seriedade, mas não se esquecia de agradecer os cuidados, a presença, as carícias das irmãs e as visitas que lhe fazíamos no quarto durante os dois últimos meses, quando esteve de cama por uma rotura da anca da qual já não melhorou. Seguia perfeitamente as orações que rezávamos com ela quando íamos visitá-la e unia-se com emoção aos cantos que entoávamos. O seu modo de exprimir a alegria era com aplausos e risos, coisa que surpreendia a quem a tinha conhecido “noutros tempos”.

O Senhor levou-a a gozar da sua presença na madrugada do dia 14 de dezembro de 2018. Passou do sono natural ao encontro definitivo com Ele. Tinha 98 anos e 74 de vida religiosa. Agradecemos a sua entrega generosa, sem ruído de palavras, sem esperar recompensas. Sabemos que Jesus a recebeu com um grande abraço, dizendo-lhe: “Vem serva boa e fiel, entra no banquete do teu Senhor.”

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