“Dou-Te graças, Pai, porque escondeste estas coisas aos sábios e as revelaste aos pequeninos…”. Com estas palavras o Padre Paulo Aranda, pároco da paróquia Sagrada Família, recordava-nos a vida da nossa irmã Josefa. E mostrava-nos uma irmã simples, humilde, silenciosa e de uma grande vitalidade…, turbilhão por fora e furacão por dentro. Tudo nela falava de Deus, reafirmam os que a conheceram, mais de perto.
Castelhana, de Villamuñío (León), sentia-se amante e muito orgulhosa da sua terra cuja infância esteve marcada pelo contacto directo com a natureza com a qual mostrou uma perfeita simbiose. E parece que dela aprendeu o que foi a sua vida religiosa: e do seu pai, a quem recordou sempre e quem lhe ensinou a amar os pobres. Não estranha que cantemos com ela: a bondade e o amor do Senhor duram para sempre. Josefa não passou pela vida, viveu profundamente a vida fazendo e espalhando o bem. E fê-lo na sua passagem por Valência, nos seus princípios em contacto direto com as internas, edificando a todas com os seus detalhes e só com a sua presença; alunas de então, hoje irmãs, e as que viveram com ela, assim a apresentam: alegre, simpática, carinhosa, transbordante de bondade. Pamplona e S. Sebastião, fundadora de Miracruz e por fim terminou, fazendo apostolado na aldeia de Lasarte. Foi fundadora também da Casa de Oração em Zaragoza, onde viveu tantos anos! Ali deixou meia vida, ou ainda melhor, a continuou ganhando para Deus, na cozinha, na horta, na atenção às pessoas que aí se hospedavam e que a recordam como exemplo de vida bondosa e dedicada; simples e amável. Aqui também mostrou a sua paixão pela natureza, cuidando, cultivando, tratando da horta, plantas e flores. Talvez tenha aprendido dela e com ela como tudo lhe falava de imortalidade. Hoje, no jardim desta casa encontrámos uma pedra que reza assim: Canto do Éden de Josefa. Como se este “Éden o levasse por fora e por dentro.
Contam que um dia alguém lhe disse: “Tu que estás mais perto (de Deus, claro!) reza por nós; e a sua resposta não se fez esperar: “Todos estamos à mesma distância”. Profundidade e intensidade interior. Já no entardecer da sua vida, foi trasladada para a residência “Henrique de Ossó” em Zaragoza onde os anos iam quebrando a sua vitalidade; mas a sua virtude e os seus valores interiores davam-lhe uma nova vida, cada dia.
Josefa começou a sua rodagem de vida religiosa em Valência e aqui terminou, na Residência Enfermaria de El Vedat de Torrente. A doença foi apagando-lhe a voz, e tirando força nas pernas… A bondade de Josefa ficou para a eternidade.
O Senhor recebeu-a no entardecer do domingo 25 de novembro para celebrar com Maria, mãe, e com todos os santos, a festa de Jesus Cristo Rei.
